Primeira reunião do COPOM no ano leva a taxa básica de juros mais uma vez para a sua mínima histórica.
Como bem antecipado pela maioria dos analistas no Brasil, a taxa Selic foi mais uma vez reduzida, alcançando o patamar de 4,25% ao ano. Se existia ainda alguma dúvida para o COPOM reduzir ou não a taxa, os dados ruins sobre a produção industrial no país em 2019, divulgados na última segunda, devem ter sido o fator decisivo para o corte ser efetivado. Mas ainda estava no ar sobre como o comitê se comportaria a partir de agora, com possíveis novos cortes ao longo do ano. E a sinalização foi de que o ciclo de quedas na taxa básica de juros pode ter se encerrado.
Com isso, o mercado começa a se preparar para trabalhar com uma taxa que deve perdurar por um longo período, salvo acontecimentos extraordinários. A evolução dos indicadores econômicos do país será também um grande termômetro para termos uma ideia de como a taxa poderá ser mexida num prazo mais longo. Uma melhora nos índices de atividade deve manter a taxa inalterada. Já uma piora poderia fazer o COPOM repensar o patamar atual da Selic.
Outro fator que deverá ser observado de perto também pela equipe econômica é a inflação. A meta para o ano é de 4%, com tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo. Tudo indica, até o momento, que ela irá respeitar essa faixa ao longo do ano. Porém, se ela começar a extrapolar a meta, é possível que a taxa possa ser repensada para cima, algo que não acontece a um bom tempo.
Dessa maneira, com a taxa estabilizada num futuro próximo, muitos analistas acreditam que a pressão sobre o dólar possa diminuir um pouco. O patamar de R$ 4,30 para a moeda americana é apontado como um possível teto no curto prazo, sendo que ela variou entre R$ 4,23 e R$ 4,26 no dia antes do anúncio do COPOM. Teremos uma ideia mais clara de como o mercado vai “trabalhar” o dólar com suas variações até o fechamento desta semana.
Por fim, quanto aos investimentos, fica cada vez mais claro que a renda fixa só vem perdendo atratividade. Essa taxa mais baixa vai diminuir ainda mais o rendimento da poupança e de todos os títulos atrelados à Selic. Por outro lado, se espera uma melhora na renda variável. Até o momento, o Ibovespa – principal índice de ações do Brasil – está bem perto da estabilidade no ano, tendo fechado o mês de janeiro em queda e mostrando, até agora, uma recuperação em fevereiro. Próximo hoje ao patamar dos 116.000 pontos, cresce a expectativa de que o índice consiga superar a região dos 120.000 pontos e, quem sabe, se aproximar dos 130.000.