buy and hold: o que é e o que significa?
Muito provavelmente a técnica Buy & Hold seja a mais popular do mundo quando o assunto é investir em ações. Afinal, os investidores mais famosos do mundo inteiro, propagam a ideia de investir dessa forma. Se você quer entender um pouco mais sobre essa técnica, siga comigo no texto abaixo.
Você também pode assistir ao vídeo que criei sobre o assunto:
Se você já investe em ações, existe uma chance de você utilizar essa técnica, sem mesmo saber que está utilizando. Partindo para o sentido literal da palavra, Buy & Hold significa: comprar e segurar.
É exatamente isso que essa técnica faz, ela compra ações e segura ela por anos.
A ideia é comprar boas empresas e segurá-las por bastante tempo. Pois as empresas precisam de tempo para crescer e apresentar seus resultados ao mercado.
Eu diria que o Buy & Hold é uma das técnicas mais eficientes para o investidor comum. Porém a sua execução não é tão simples, pois a grande maioria das pessoas não têm paciência para aguardar o movimento das ações.
O principal objetivo é acompanhar o crescimento das empresas, obter ganhos com o seu retorno e não vender essas ações em qualquer momento de alta. A ideia é gerar valor com as ações no longo prazo e ter a possibilidade de viver de renda passiva.
Leia também: Buy & hold, swing trade e day trade: quais as diferenças entre as estratégias?
Vantagens de usar o Buy and Hold
As principais vantagens de utilizar essa estratégia são:
1. Redução de custos
Ao investir em ações focadas no longo prazo, o investidor vai arcar com menos taxas cobradas pelas corretoras e bolsa de valores. Se o investidor só compra ações de tempos em tempos, sem ficar vendendo ou trocando de ação, vai ter um grande ganho a longo prazo com a redução desses custos.
2. Redução do imposto de renda
Na bolsa de valores só se paga imposto sobre o lucro e para oficializar um ganho é necessário a venda do ativo. Como a estratégia consiste em acumular patrimônio através de comprar empresas, o ato de vender uma ação, realizando o seu lucro, se torna raro.
3. Renda passiva
O acúmulo de capital em boas empresas cria a possibilidade de uma renda passiva através dos dividendos. Toda empresa na bolsa de valores que gera lucro, tem a obrigação de distribuir um percentual do seu lucro para os seus acionistas.
4. Fugir do erro
O maior erro que vejo acontecendo no mercado é fazer Market Timing, que é tentar achar a hora de comprar e vender uma ação. Como a estratégia é comprar empresas, fazer aportes mensais e segurar para o longo prazo, o investidor não vai cometer esse erro. Ele vai comprar ações todos os meses e não vai vender, fugindo dessa tentação de tentar acertar topo e fundo do mercado.
É fácil entender porque o Buy & Hold funciona para a maioria das pessoas, é uma estratégia simples e evita que os investidores errem. Apesar da sua ideia simples, pouca gente consegue executar bem.
Erros ao tentar fazer o Buy & Hold
Os principais erros cometidos pelos investidores ao tentar fazer o Buy & Hold são:
1. Ficar preso ao preço
Uma característica de muitos investidores é se prender demais ao preço de uma ação. A ideia é focar em uma composição de empresas com qualidade e ganhar com a geração de lucros dessas empresas e não com a variação de preços do mercado. Se a empresa entrega valor, uma hora o mercado vai ajustar o seu preço. O investidor costuma “ligar demais” para o preço da ação naquele momento, quando apenas precisa ter a convicção de estar comprado em boas empresas.
2. Vender uma ação
É comum ouvir que você deve vender uma ação quando ela perder os fundamentos. No entanto, é muito difícil para o investidor comum identificar isso. Seguir essa linha de raciocínio vai fazer você vender uma empresa barata, pois a maioria das associações sobre qualidade da empresa vai estar ligada ao seu preço na bolsa de valores. Mesmo que você acredite que a empresa perdeu os seus fundamentos, é melhor continuar com essa ação e fazer aportes em outras empresas.
3. Não fazer aportes
Essa estratégia precisa de diversificação de ativos e no tempo. Quando me refiro a diversificar no tempo, falo em fazer aportes. Ao criar a rotina dos aportes em ações, você vai sempre estar melhorando a sua carteira de ações. Você vai adquirir mais ações para compor a sua carteira, adequar o tamanho das posições e comprar sempre independente do momento do mercado, não vai tentar fazer market timing.
4. Não diversificar
Sempre vejo investidores concentrando demais suas posições em alguma empresa que gosta mais. Apesar de ter uma opinião contraditória sobre o tamanho de uma carteira, eu acredito que a concentração em ativos é coisa de profissional.
A grande maioria das pessoas não sabe exatamente o que estão fazendo na bolsa de valores, não conhece as empresas e estão investindo utilizando o emocional.
Eu recomendo investir entre 25 e 35 ações para o investidor comum, não vejo problema algum em ter mais ações. Quanto mais ações ele tiver, menos o investidor tem que se preocupar em “acertar” aquela determinada empresa, pois o risco estará bem distribuído dentro do seu portfólio.
Por essas razões eu acho tão difícil utilizar essa técnica corretamente. Eu gosto de falar que o sistema briga contra você, a todo momento vai ter alguém falando de preço, da ação da vez, da oportunidade do século ou que aquela empresa que você carrega não presta mais.
A realidade é que ninguém sabe do futuro e as expectativas de cada um são diferentes. Quando você utiliza o Buy & Hold, você tem que sair desse mundo de expectativas e certezas sobre o mundo de investimento. Você vai ser uma estratégia que vai dar certo no longo prazo e não de tentar a sorte achando a ação da vez.
Erros acontecem e sempre irão acontecer, mas a diversificação é sua defesa contra alguma empresa que não foi bem. Não se prenda ao erro ou ao guru que acertou aquela ação e sim ao método. A estratégia que você utilizar, tem que dar certo, jogue o jogo para dar certo e não o jogo da sorte na bolsa de valores. O Buy & Hold é o jogo para dar certo.
Texto por: Alan de Oliveira, Especialistas em Ações
Alan possui mais de 15 anos de experiência no mercado financeiro, já atuou como broker, analista de valores mobiliários e atualmente é diretor de risco.
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